Quem é Gabriel Delanne?

Gabriel Delanne foi, ao lado Léon Denis, um dos grandes trabalhadores da primeira hora que contribuíram para a propagação da Doutrina Espírita no mundo, mantendo acesa para a posteridade a tocha luminosa do legado do trabalho de Allan Kardec junto aos espíritos.

François-Marie-Gabriel Delanne nasceu em Paris, França, em 23 de março de 1857. Seu pai, Alexandre Delanne, era espírita, amigo de Allan Kardec, e participou ativamente da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Sua mãe, Marie-Alexandrine Didelot, médium muito dedicada, contribuiu através da psicografia mecânica para os trabalhos de Kardec. Foi, então, nesse ambiente e nessa época repleta do entusiasmo pelo Espiritismo nascente, convivendo com Kardec, sendo educado segundo o ensino filosófico e moral do Espiritismo e cercado pelos fenômenos mediúnicos, que o jovem Delanne consolidou a sua fé e deu os primeiros passos no conhecimento espírita.

A sólida formação acadêmica de Delanne, que se graduou em Engenharia, lhe conferiu as bases científicas e o auxiliou no desenvolvimento do uso da lógica e da razão no desdobramento de temas que se encontram no limiar entre a ciência espírita e as ciências naturais e exatas. Em suas obras, Delanne demonstra a imortalidade da alma e a reencarnação, estuda a evolução recíproca da alma e do corpo biológico, e faz uma ampla descrição de diversos fenômenos mediúnicos e anímicos à luz da Doutrina Espírita, propondo soluções para os seus mecanismos, tendo o perispírito como tema central de suas investigações. As experimentações, raciocínios e hipóteses apresentadas por Delanne, assim como o acervo de relatos de fenômenos medianímicos sob a ótica da ciência, foram um avanço para o Espiritismo à época e constituem um vasto material de estudo para os espíritas de hoje, que podem se aplicar à continuidade das pesquisas através dos recursos tecnológicos atuais.

Aos 23 anos, na cerimônia anual comemorativa da desencarnação de Allan Kardec, Delanne prometeu ao mestre “expandir suas ideias e semear, por toda parte, a boa nova”, afirmando também que, “se há um campo de estudos ainda inexplorado, é o que compreende as relações entre o mundo invisível e o nosso”. Ele levaria adiante a sua promessa, trabalhando pela união dos espíritas, realizando pesquisas, escrevendo livros e artigos, proferindo palestras e sendo um ardente divulgador do Espiritismo até o seu desencarne em 1926.

Se Gabriel Delanne não é a palavra final da ciência espírita, podemos considerá-lo como uma grande ponte entre a filosofia espírita e a ciência espírita, do seu ponto de vista experimental, que conclama as gerações futuras a se debruçarem sobre os estudos da alma e suas relações com o mundo visível e a aprofundarem as investigações, dando continuidade ao seu legado e a de tantos outros pesquisadores espíritas.

Fonte: Gabriel Delanne. Sua vida, seu Apostolado e sua Obra.